Se não fosse a persistência desse grande vulto que é Allan
kardec, o que teria sido de todos nós? De mim, que despertei, realmente, com
a leitura do livro dos espíritos, do
evangelho consolador, para abraçar o mundo espiritual das grandes verdades que
a codificação encerra.
Todo aquele que quiser ser espírita, tem de deixar muito da
sua ânsia de ser compreendido.
Não pode ser hipersensível, não pode mergulhar nas
susceptibilidades. Tem de ser, realmente, fraterno e compreensivo. Porque todos
nós estamos na terra numa grande viagem, vocês encarnados principalmente.
Nessa grande viagem, vocês sofrem as condições exteriores de
agressões, de lutas, provas, enfermidades.
Mas vocês estão, também, realizando uma grande viagem interior.
Vocês estão conhecendo o caráter, a personalidade, os sentimentos que vocês
agasalham dentro da alma e do coração e que só vocês conhecem.
Essa viagem interior, que todos os espíritas devem fazer,
que se todas as criaturas a fizessem seria muito bom, é aquela de auto reconhecimento.
Sabemos que estamos caminhando, trazendo muita coisa que
podemos deixar pelos caminhos da terra, para que as nossas almas sejam aladas e
consigam empreender o grande vôo para o cimo da Luz.
Sem essa viagem interior com esses permanentes bloqueios que
nós teimamos em fazer, não reconhecendo nossas falhas, nossas dúvidas, nossos
conflitos, nossas neuroses, nossos traumas, transferindo sempre para o exterior
tudo o que sofremos - nós não conseguiremos obter a nossa libertação.
É preciso, meus filhos, viajarmos dentro de nossa própria
alma. Porque na grande viagem reencarnatória, dependendo ou não de vocês, vocês
terão lutas e problemas, que, muitas vezes, esse ponto de agressão, de
sentimentos inferiores. Mas, dentro do nosso espírito não, somos senhores
absolutos do que pensamos, do que queremos, do que realizamos. Por isso, se as nossas
chagas interiores, só nos mesmos podemos curá-las.
Que o mestre, que com suas mãos chagadas cura as chagas de
nossas mãos, que nem sempre trabalham pelo próximo e que, muitas vezes, se
feriram, ferindo semelhantes, que esse mestre possa, com as suas mãos divinas, acalentar
a todos nós, na luz do seu infinito, do seu imenso e bondoso amor.
Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Shyrlene Campos
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